International Conference Lisbon 2013

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Exhibition night: Roulotte - Pedro Costa e Ricardo Lopes

Todos nós vivemos na esfera pública até dentro de nossa casa. Ricardo Lopes e o Pedro Costa deixaram as suas casas na Rua da Rosa e Rua da Misericórdia e mudaram-se para a Calçada Marquês de Tancos. Transportaram [apenas] o seu sentimento de vida in between para o espaço público [de um espaço privado de estacionamento]. Convidam todos os que aparecerem para a festa [DJ Nuno Galopim] que estão a organizar na sua casa. Terão ainda a oportunidade de conhecer, explorar e apropriar memórias próprias.
Na cidade contemporânea em que cada vez mais a nossa individualidade e privacidade é posta em causa os artistas desafiaram-se a expor a sua vida [mesmo que imaginária por uma noite].






Exhibition: PROJECTO REDE - Atelier Helena Botelho Filipe Mónica com Luca Martinucci e Filipe Alves. Colaboração de Rita Ferreira e instalação de Tomaz Hipólito













REDE #01 com Tomaz Hipólito: 2013 Draw_05

[sem] rede: breves notas sobre a dedicação ao desequilíbrio

Há essa imagem de Philippe Petit, suspenso no vazio, a meio caminho entre as torres gémeas de Nova Iorque. Se a fotografia é, por si só, imponderável, tudo nela parece porém confirma-la, a essa implausibilidade feita do desejo de se atravessar o mais alto dos vazios, suspenso na imaterialidade de uma linha. De uma linha apenas.

Tudo ali nos parece inverosímil: desde o caminhar pausado desse homem sobre o abismo até ao abismo ele próprio, cujo preto e branco da fotografia o amplia até à desmesura e, sobretudo, a materialidade desses dois edifícios cuja inexistência nos é gritante; fazendo-nos concluir que afinal esse arame pisado por Petit gravita entre o nada e coisa nenhuma.

Deste episódio, não resta senão a dúvida ela própria: a dúvida sobre aquilo que terá levado este homem a querer caminhar sobre o nada, a dúvida sobre a utilidade dessa acção e, sobretudo, a dúvida sobre aquilo que serão as suas consequências.

Porém, o significado da imagem, mais até do que o final da história protagonizada por Petit, implica o distanciamento dessas questões, que aqui se tornam prosaicas até; para nos levar a esse outro lugar a meio caminho entre duas coisas que [já] não existem, mas onde tudo é agora possível.

Assim, a meio caminho das duas torres suspensas num tempo já de si suspenso pela fotografia, revela-se uma aparente ausência de movimento, inversa à lei natural do equilíbrio. Porque, ao contrário daquilo que a física nos pretende fazer crer, é exactamente no movimento que reside a possibilidade de equilíbrio. E é na paragem, nesta paragem do equilibrista, que melhor se demonstra a iminência da queda.

E depois: depois há essa outra evidência: a de alguém ou algo poder pairar, apoiado numa linha apenas; sabendo-se que, por definição, uma linha não mais é de o espaço de tempo percorrido entre dois pontos; desautorizando-se desta forma essa outra lei da geometria que dita a impossibilidade de nos salvarmos através de algo que tenha apenas duas dimensões.

É aqui, neste desequilíbrio feito de suspensão de tempo e de suspensão de espaço, que reside o significado da obra de Tomás Hipólito com o Projecto REDE.

Ao contrário de Petit, que lá acabaria por escapar incólume a tão desmesurada aventura , a inverosimilhança do monólito de Hipólito justifica-se através dessa mesma possibilidade da tragédia anunciada na imagem da travessia, revelando-se agora o exacto momento em que a ausência de movimento dá lugar ao desequilíbrio; negando-se ainda assim, paradoxalmente, a probabilidade da queda imposta pela física.

O monólito sugere porém uma dúvida maior: a sua intangibilidade oculta-nos aquilo de que é feito, e a sua forma nega-lhe qualquer uso, qualquer comportamento; como se a sua aparente inutilidade pudesse confirmar a própria condição de suspensão que lhe é atribuída.

Ainda assim, tal como na imagem da travessia, a obra afasta qualquer ambição de iludir, de enganar; revelando-nos, sem pudor, o mecanismo a que se segura, no ar.

Dessa forma, a REDE assume a explicação deste movimento parado, sustentando-os, ao tempo e ao espaço, e concentrando-os no monólito de Hipólito; tornando-se por tal impossível dar razão a esse argumento pelo qual uma linha é apenas a distância entre dois pontos distintos: aqui os próprios pontos são o que menos importa.

Desta Rede, sob a qual mais cedo ou mais tarde serão instaladas outras obras que previsivelmente se irão alastrar pelos céus da cidade, inaugura por tal essa ideia: a de virmos a ser confrontados com a arte não mais ser do que a possibilidade de suspensão das coisas.

E no entanto, se a utilidade da proposta deste colectivo reside aí, então há uma claro equivoco na forma encontrada para nomear este sistema: afinal, tal como Petit, continuamos todos nós a caminhar sobre o abismo. A caminhar na corda bamba. Sem rede.

Pedro Machado Costa
Lisboa, Outubro 2013


PROJECTO REDE
CONCEPÇÃO: Atelier Helena Botelho Filipe Mónica com Luca Martinucci e Filipe Alves.
PRODUÇÃO: Atelier Helena Botelho Filipe Mónica com Rita Ferreira.

MONTAGEM: João Veríssimo, Renato Franco, Tiago Pinto, Álvaro Silva, Nádia Marques, Isabel Gomes, Pedro França Jorge, João Jorge, Gilson Ferreira, João Tereso, David Dias, Pedro Canelhas, Catarina Gomes, Cláudia Correia, Ricardo Miguel, Nuno Mendonça, Vasco Pereira, Ariana Pereira, Sérgio Godinho, Patrícia Almeida, Lueji Ferreira, Ticiana Aguiar, Ricardo Leal, Soraia Cardoso, Maria Laura Medeiros.












quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Exhibition: Máscaras – Nogueira Lopes

Registo de rostos humanos, máscaras de madeira, no interior de blocos de betão. Nove esculturas para depositar aleatoriamente no espaço público como elementos intrusos e estranhos.
“Máscaras” – 9 esculturas em betão branco e madeira (0,50 x 0,40 x 0,40), 2012






Exhibition night: Outside In - GGLL atelier

Outside In é uma instalação elaborada pelo GGLL atelier, para o workshop In between, que questiona os limites entre o espaço público e privado da Colina do castelo da cidade de Lisboa. Um volume de uma casa é seccionado e colocado num espaço de circulação da cidade revelando o seu interior, onde uma sequência de espelhos permite contemplar o espaço exterior. As pessoas que visitam esta instalação são confrontadas com os limites difusos entre o espaço público e privado característicos desta zona de intervenção. GGLL atelier, Lisboa 2013 Gabriela Gonçalves, arqtª e Leonel Lopes, arqtº com Gary Barber, arqtº, Miguel Malaquias, arqtº, Alexandre Gonçalves arqtº




Exhibition: Ricardo Campos



terça-feira, 29 de outubro de 2013

Exhibition: Luza - Cláudia Troy

Instalação urbana feita com fios de cores.

Utilizando fios, construo espaços invisíveis criados por a luz – neste caso, num ambiente público. A luz viajando no espaço.

Os fios azuis que descem pelas escadas são, ao mesmo tempo, luz e água, um cana suspenso fundido céu e mar.

“Luza” apresenta um caminho “ilusório” onde as pessoas que vivem e transitam pelo lugar podem interagir com ele.





domingo, 27 de outubro de 2013

Grupo3 - "Perdidos e Achadas"

Coordenação: Gabriela Gonçalves + Helena Botelho + Filipe Nunes + Filipe Mónica
Grupo: Pedro Santos + Ivo Gomes + Anderson Colombo + Tânia Moreira + Alison Fernandes + Liliana Nóbrega

"Perdidos e Achadas"
Intervenção nas Escadinhas da Achada
Esta intervenção pretende promover o encontro entre dois tipos de pessoas existentes no local. Habitantes revelam as suas recordações aos transeuntes, interceptam-se percursos, experiências e constroem-se memórias.